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domingo, 9 de dezembro de 2018



Depois da primeira luz é um livro bem curtinho e dinâmico escrito por Schott Nicholson, um escritor estadunidense conhecido por bons livros de suspense, terror e ficção científica. Este livro é uma distopia que especula sobre um apocalipse provocado por explosões solares descontroladas, provocando a morte de bilhões de pessoas, mas não de toda a população humana na Terra.
Sinopse
A narrativa em terceira pessoa alterna diversos pontos de vista que contam o quadro geral dos momentos que antecedem a grande erupção solar. O primeiro personagem é Chien, um cientista que percebe a atividade irregular do astro-rei e avisa aos seus superiores, mas, como o alerta pode ser muito prejudicial se for falso, ele é ignorado e precisa dar um jeito de convencê-los para que emitam um sinal de aviso a nível global.
Os capítulos apresentam os personagens aparentemente sem nenhuma ordem lógica, e mais um que vale a pena ser citado é Frank, um antissocial que se isola numa mata obscura com a mente já preparada pra qualquer imprevisto de ordem apocalíptica. A base onde mora não tem apenas uma casa, mas alguns recintos tecnológicos fortemente isolados, para que, se acontecesse uma grande pane eletrônica, os seus aparelhos não deixem de funcionar.
Rachel Wheeler - que, ao que tudo indica, vai ser a protagonista no segundo livro (e sim, tem continuação – é uma participação também muito importante. Ela aparece no meio da confusão da cidade grande em meio ao caos apocalíptico, sem acreditar que aquele acontecimento repentino pudesse ceifar a existência normal de seus amigos e tentando salvá-los. Convencida da inutilidade dos seus esforços, percebe que a única solução é partir em busca do refúgio construído pelo avô, Franklin.
O que ficou do que passou?
O autor de Igreja Vermelha me causa incômodo na hora de apresentar os protagonistas. Ao invés de elaborar cenas que mostrem por si mesmas o que cada personagem é, prefere entregar de lambuja as características deles. Fica apressado. Parece uma ficha de personagens de RPG. Ao invés de mostrar Chien em algum ritual taoísta e, assim, nos conceder o material necessário para tomarmos a conclusão de que ele é taoísta, não: ele diz em alto e bom som, como em um outdoor que diz CHIEN É TAOÍSTA.
Além disso, a história é muito, mas muito legal pra ser tão apressada. Creio que fosse melhor ele escolher um ou dois dos personagens e desenvolvê-los melhor. Mas, como o livro é curtinho, vamos passando de um para outro e não criamos uma afetividade assim tão grande. É uma pena uma história tão legal passar diante dos olhos sem poder ser capturada a fundo.
De resto, deu pra perceber que ele escreve muito bem e de maneira envolvente. Alguns elementos da apresentação dos personagens e do desenrolar do roteiro me incomodaram muito, porém, não foram suficientes para ofuscar a narrativa envolvente que aparece sob o pano de fundo do apocalipse solar.


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