Depois da primeira
luz é um livro bem
curtinho e dinâmico escrito por Schott Nicholson, um escritor estadunidense
conhecido por bons livros de suspense, terror e ficção científica. Este livro é
uma distopia que especula sobre um apocalipse provocado por explosões solares
descontroladas, provocando a morte de bilhões de pessoas, mas não de toda a
população humana na Terra.
Sinopse
A narrativa em terceira pessoa
alterna diversos pontos de vista que contam o quadro geral dos momentos que
antecedem a grande erupção solar. O primeiro personagem é Chien, um cientista
que percebe a atividade irregular do astro-rei e avisa aos seus superiores,
mas, como o alerta pode ser muito prejudicial se for falso, ele é ignorado e
precisa dar um jeito de convencê-los para que emitam um sinal de aviso a nível
global.
Os capítulos apresentam os
personagens aparentemente sem nenhuma ordem lógica, e mais um que vale a pena
ser citado é Frank, um antissocial que se isola numa mata obscura com a mente
já preparada pra qualquer imprevisto de ordem apocalíptica. A base onde mora
não tem apenas uma casa, mas alguns recintos tecnológicos fortemente isolados,
para que, se acontecesse uma grande pane eletrônica, os seus aparelhos não
deixem de funcionar.
Rachel Wheeler - que, ao que tudo
indica, vai ser a protagonista no segundo livro (e sim, tem continuação – é uma
participação também muito importante. Ela aparece no meio da confusão da cidade
grande em meio ao caos apocalíptico, sem acreditar que aquele acontecimento
repentino pudesse ceifar a existência normal de seus amigos e tentando
salvá-los. Convencida da inutilidade dos seus esforços, percebe que a única
solução é partir em busca do refúgio construído pelo avô, Franklin.
O que ficou do que
passou?
O autor de Igreja Vermelha me causa incômodo na hora de apresentar os protagonistas.
Ao invés de elaborar cenas que mostrem por si mesmas o que cada personagem é,
prefere entregar de lambuja as características deles. Fica apressado. Parece
uma ficha de personagens de RPG. Ao invés de mostrar Chien em algum ritual
taoísta e, assim, nos conceder o material necessário para tomarmos a conclusão
de que ele é taoísta, não: ele diz em alto e bom som, como em um outdoor que
diz CHIEN É TAOÍSTA.
Além disso, a história é muito, mas
muito legal pra ser tão apressada. Creio que fosse melhor ele escolher um ou
dois dos personagens e desenvolvê-los melhor. Mas, como o livro é curtinho,
vamos passando de um para outro e não criamos uma afetividade assim tão grande.
É uma pena uma história tão legal passar diante dos olhos sem poder ser
capturada a fundo.
De resto, deu pra perceber que ele
escreve muito bem e de maneira envolvente. Alguns elementos da apresentação dos
personagens e do desenrolar do roteiro me incomodaram muito, porém, não foram
suficientes para ofuscar a narrativa envolvente que aparece sob o pano de fundo
do apocalipse solar.
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