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domingo, 31 de março de 2019

Holocausto Brasileiro - Daniela Arbex



Título: O Holocausto  Brasileiro: Vida, Genocidio e 60 mil Mortes no Maior  Hospício  do Brasil.
Autora: Daniela Arbex

Editora: Geração Editorial

Ano: 2013

Sinopse:
Durante décadas, milhares de pacientes foram internados à força, sem diagnóstico de doença mental, num enorme hospício na cidade de Barbacena, em Minas Gerais. Ali foram torturados, violentados e mortos sem que ninguém se importasse com seu destino. Eram apenas epilépticos, alcoólatras, homossexuais, prostitutas, meninas grávidas pelos patrões, mulheres confinadas pelos maridos, moças que haviam perdido a virgindade antes do casamento.

Ninguém ouvia seus gritos. Jornalistas famosos, nos anos 60 e 70, fizeram reportagens denunciando os maus tratos. Nenhum deles — como faz agora Daniela Arbex — conseguiu contar a história completa. O que se praticou no Hospício de Barbacena foi um genocídio, com 60 mil mortes. Um holocausto praticado pelo Estado, com a conivência de médicos, funcionários e da população.

Resenha:
A jornalista Daniela Arbex traz com sua nova obra, o maior crime cometido pelo Estado brasileiro durante o século XX: a morte de ao menos 60 mil pessoas no Hospital Colônia de Barbacena, em Minas Gerais.
Assim como as vítimas da ditadura, os pacientes internados do maior hospício já construído no Brasil foram torturados, violentados e mortos  com crueldade  no período que abrange as décadas de 1930 e 1980. Entre os métodos de tortura apresentados, era comum ao mesmos praticados contra os inimigos do regime militar e os pacientes do Colônia estava as sessões de  eletrochoque. No hospício do município, tais sessões, dispunham de choques  intensos gerando, às vezes, a sobrecarga capaz de derrubar a rede elétrica da cidade. Muitos morriam. Tanto de choque, frio, fome e doenças. As mortes ocorriam principalmente como força geradora de renda. Entre 1969 e 1980, 1.853 corpos de pacientes foram vendidos para faculdades de Medicina do país.
Os pacientes da instituição eram pessoas que haviam sido internadas à força, segundo as pesquisas da autora 70% não tinham sequer um diagnóstico de doença mental. Daniela foi atrás dos sobreviventes desse holocausto brasileiro. Ela encontrou histórias tristes de abandono, maus tratos e vidas perdidas de crianças internadas e que ainda hoje. sofrem com os efeitos das torturas.
Apesar de ter  como foco central  as vítimas do horror de toda uma geração de maus-tratos e torturas dignas das piores guerras mundiais, a quem dá voz, ao  livro traz ainda  um estudo completo do hospital, de seus funcionários, algozes, cúmplices e do modus operandi do genocídio, importante também ressaltar o primoroso  trabalho de investigação jornalística realizado por Daniela Arbex. Era essencial  apresentar ao público brasileiro uma história desconhecida e que tem tanta importância para nossa sociedade e serve de reflexão.



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