Primeiras Impressões:
Estou
felicíssimo por começar as minhas colaborações para o blog Alfarrábios
Literários. A chave com a qual abri as portas deste recinto é de ouro. Afinal,
o escritor tema desta resenha nasceu no melhor berço possível para quem tem o
lúdico sonho de se tornar escritor. Refiro-me a Joe Hill, filho de Stephen
King. A maioria o conhece de uma forma não tão mesquinha; portanto,
da forma correta — como um ótimo escritor de histórias de terror.
Além disso, não podemos esquecer que a obra de hoje foi escolhida por ser de um dos gêneros mensais da maravilhosa lista da Aliança dos Blogueiros do Rio de Janeiro, ou seja, do horror. Tem muito mais autores e gêneros legais vindo por aí! Afinal, este é apenas o primeiro mês do ano...
Sinopse:
O
livro tem como protagonista um astro do rock aposentado que acaba de completar
cinquenta anos. Judas Coyne (vulgo Jude) seria uma pessoa perfeitamente normal,
não fosse a sua coleção de itens macabros. Para se ter uma ideia, tais objetos
vão, de um tabuleiro de xadrez usado pelo mago Aleister Crowley em sua
infância, até um crânio perfurado de um camponês do século XVI (que ele usava
como guarda-canetas). O gatilho do romance gira em torno de quando o roqueiro
adquire um paletó de origem duvidosa como novo item para a sua estranha
compilação.
Jude
tem um passado conturbado. Seu pai o traumatizou de várias formas diferentes e
ele o odeia. Foi abandonado por sua ex-esposa e se arrepende da forma
não só de como a tratava, mas também do que fazia com a ex-namorada Anna, que —
ele descobre, estupefato, logo no início — se suicidou não muito após o
perturbado término.
O
ex-músico foi avisado de que não seria uma boa ideia obter o novo item: o paletó só estava sendo vendido porque atormentado a netinha do morto, que estava sem poder dormir sozinha. Era o prenúncio de uma maldição. Ele, porém, apesar de colecionar artefatos
cadavéricos e afins, não acredita em algo sobrenatural — amontoa coisas do tipo
apenas por um gosto bem pessoal e estranho, não por ser um tipo ocultista meio
satânico. Pelo contrário, ficou com mais vontade ainda de comprar o tal paletó
pois assim teria a publicidade de ter em sua posse um poltergeist.
O
que acontece na prática é que, logo à chegada do paletó (numa caixa no formato
de coração), coisas estranhas começam a acontecer, como brincadeiras medonhas
pelos recantos de sua sinistra casa. Não demora muito para que os acontecimentos
(aparentemente sobrenaturais) se aprofundem e fujam a qualquer controle. Neste
momento outro componente começa a ser desenvolvido e muito bem: o namoro do
astro com Georgia. Ela é uma linda mulher, bem mais jovem do que ele, e
permanece ao lado do velho mesmo que os dois não consigam se livrarem do
espírito do velho morto. Aparentemente, ele não quer repetir os erros do
passado.
Jude
não demora muito a perceber, após chafurdar pela trajetória atravessada pelo
antigo dono do paletó, que ele tem surpreendente uma ligação com o seu próprio
passado. É aí que a história fica ainda mais alucinante e os mistérios vão se
revelando.
A edição:
A
edição brasileira ficou por conta da Editora Arqueiro. Merece crítica negativa
no sentido de que a fonte é muito pequena, fato que incomoda a qualquer pessoa
que, como eu, não tem as vistas afiadas. Apesar disso o exemplar, ainda que
simples, esteticamente é bem legal, o que é um ponto positivo. Possui uma linda
numeração dos capítulos entreposta em corações negros, simbolizando a caixa em
formato de coração na qual chegou o paletó.
O que ficou do que passou:
O
livro, em minha concepção exageradamente leiga, não é nem prova de nenhum milagre
roteirístico nem uma obra-prima literária, contudo é um belo
(adjetivo inadequado, eu sei) livro de terror. Joe Hill é um escritor extremamente criativo no uso de detalhes mirabolantes.
Tem uma característica muito interessante e bem elaborada, que é a de criar
várias estorinhas que cercam tanto os personagens principais quanto os
periféricos, o que faz a leitura valer muito à pena.
Tenho
bastante carinho por ele, sobretudo pelo fato de ter sido o segundo romance que
li — há não tão longínquos cinco anos, quando eu tinha quinze —, e que efetivamente provocou pela primeira
vez uma verbalização clara em minha mente (e esta primeira vez a gente nunca
esquece): “caraca, quero ler pelo resto da minha vida!”. Alguns dizem que
precisamos daquele livro para
começarmos a amar a leitura. O meu foi este. E o seu?
Essa resenha faz parte do Clube de Temas que no mês de Janeiro está abordando o tema Terror. Leiam também as resenhas dos outros blogs participantes. Links abaixo.
A Menina que comprava livros:
A Pedra Pagã (Nora Roberts)
Respire Literatura:
O Vilarejo (Raphael Montes)
Faces de uma capa:
Legado de Sangue (Alfer Medeiros)
Garotas Devorando Livros:
Meia Noite (Daniel Henrique)
Alfas Literárias
O Culto (D. A. Potens)
The Best Words BR
Horror na Colina Darrington (M. V. Barcelos)
Tell Me a Book
Caixa de Pássaros (Josh Malerman)
Manuscrito Literário
O Cão de Caça e outras histórias (H. P. Lovecraft)
Sou Aficcionado
Sementes no Gelo (André Avianco)
Every Little Book
Amitytiville (Jay Johnson)
Desconexão Leitura
O Iluminado (Stephen King)
Estante Diagonal
Contos - Volume 1 (H. P. Lovecraft)
Depois da Moderação
O Vilarejo (Raphael Montes)
Reino Literário BR
Legião (William Peter Blatty)
Essa resenha faz parte do Clube de Temas que no mês de Janeiro está abordando o tema Terror. Leiam também as resenhas dos outros blogs participantes. Links abaixo.
A Menina que comprava livros:
A Pedra Pagã (Nora Roberts)
Respire Literatura:
O Vilarejo (Raphael Montes)
Faces de uma capa:
Legado de Sangue (Alfer Medeiros)
Garotas Devorando Livros:
Meia Noite (Daniel Henrique)
Alfas Literárias
O Culto (D. A. Potens)
The Best Words BR
Horror na Colina Darrington (M. V. Barcelos)
Tell Me a Book
Caixa de Pássaros (Josh Malerman)
Manuscrito Literário
O Cão de Caça e outras histórias (H. P. Lovecraft)
Sou Aficcionado
Sementes no Gelo (André Avianco)
Every Little Book
Amitytiville (Jay Johnson)
Desconexão Leitura
O Iluminado (Stephen King)
Estante Diagonal
Contos - Volume 1 (H. P. Lovecraft)
Depois da Moderação
O Vilarejo (Raphael Montes)
Reino Literário BR
Legião (William Peter Blatty)
Tenho muita vontade de ler esse livro!
ResponderExcluirPena a fonte ser desconfortável, também tenho um pouco de dificuldade para ler livros com a letra pequena.
Beijos!
Every Little Book
Parece interessante, vai entrar pra listinha! Resenha maneira!
ResponderExcluir