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domingo, 30 de dezembro de 2018

Tempo desconjuntado (Phillip K. Dick)




Phillip K. Dick é um escritor estadunidense de ficção científica. Em honra ao estilo americano de escrita, ou seja, escrevendo de maneira simples e econômica, o autor nos conta uma história em que o delírio e a realidade se tornam quase gêmeas, na qual o próprio leitor sente na pele a confusão entre o mundo objetivo e o mundo da mente.

Sinopse

Ragle é um veterano da Segunda Guerra Mundial que resolveu ganhar a sua vida de maneira bem diferente da que se espera de um militar. Depois de voltar do grande confronto, se tornou o maior campeão de concursos de resolução de enigmas nos jornais americanos.  É por isso que todos o conhecem. Há vários anos, ninguém consegue combate-lo nas pegadinhas, o que faz com que Ragle encare os prêmios em dinheiro como sua forma de ganhar a vida.
O passar do tempo, porém, acabou por confundir a mente de Ragle. Solteiro, vivendo na casa da irmã e do cunhado, Ragle passa a ver aquilo como uma vida limitada. A sua cabeça começa a ficar confusa, as cenas do romance também, e de repente nós, leitores, já estamos contaminados com as mesmas dúvidas. Será que aquilo é real ou é fruto de psicose?

O que ficou do que passou?

Confesso que a história é mais empolgante de ser contada numa roda de conversa com amigos do que de ser lida em um livro. Muitas vezes tive sono. Mas devo admitir, a culpa também pode ser minha, pois o escritor não alonga a narrativa demais em nenhum ponto, e a história fica mesmo bastante dinâmica.
É que, também, tive a impressão de que a partir da metade do livro a escrita ficou econômica até demais. As frases foram ficando minúsculas e eu queria mesmo era um pouquinho mais de fluxo de consciência. Mas nada de muito grave. É um livro que dá vontade de ler até o final, só não me induziu a devorá-lo unha por unha, dente por dente.
Agora passando para um ponto positivo: os personagens. Realmente gostei da dinâmica entre Ragle e as pessoas que moram em sua casa, além dos vizinhos e principalmente do stalker Bill Black, e dá pra se ter uma boa imaginação das relações, conflitos, amenidades e picuinhas do dia a dia de uma rua meio que pacata. O protagonista é bem legal também. Quanto às pessoas que você vai conhecer neste livro, pode ficar tranquilo que não vai ter arrependimentos.
No geral, acaba sendo um livro de normal para bom. Nada excepcional e também nada para se jogar fora. Inclusive tive vontade de ler outras coisas do autor, pela sua escrita dinâmica. Parece que de Phillip Dick saem histórias rápidas, mas ainda assim bem desenvolvidas.

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