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domingo, 26 de maio de 2019

Depois do Funeral (Agatha Christie)



Sabe aquela banda que toca no fundo da sua alma em cada uma de suas músicas, não necessariamente por genialidade, mas simplesmente porque você ama a vibração que as suas notas musicais provocam? Essa é provavelmente a sensação dos leitores de Agatha Christie que são fãs de romances policiais, de mistérios, investigações e histórias intrigantes. Os curiosos, como eu, também gostam muito, mas quem tem um gosto especial por romances policiais provavelmente se deleita com cada um dos mais de 60 romances da autora.

Sinopse

Depois do Funeral começa pelo ponto de vista do Lascombe, um mordomo que já ultrapassa gerações da família Abernethie. O funeral do Richard Abernethie, rico patriarca da família, provoca a reunião de todos os parentes em volta do velório. O assunto do momento se tornou a herança, e o testamento seria chefiado por um dos melhores do falecido, o advogado Entwhistle.

No momento após o enterro, no chá na mansão da família, Cora, uma jovem viúva, sincera e muito assertiva como sempre, levanta uma pergunta quase retórica que para ela, e só para ela, era muito óbvia: “Ele foi assassinado, não foi?”

O fato que torna essa uma pergunta-resumo do livro acontece alguns dias depois. Cora é encontrada morta ao lado de uma machadinha. É óbvio que a grande suspeita gira em torno de algum membro da família, e não sabemos quem. Aí que aparece Poirot, um detetive belga que – só fui descobrir depois de ler – aparece em vários dos livros de Agatha Christie. Sua lógica interminável e suas fontes espalhadas por todos os cantos poderão ser úteis para resolver o enigma. 

O que ficou do que passou

A narrativa de Agatha Christie é muito bem desenrolada e dinâmica, uma história que prende o leitor com rapidez e não enrola na apresentação dos fatos. É possível dizer com segurança que Christie ajudou a refinar e difundir um estilo de narrativa tão envolvente que consegue lembrar a todos o quanto um mistério, apresentado da maneira correta, consegue nos atrair.

A primeira metade do livro transita entre personagens acima de qualquer suspeita, como o advogado Entwhistle e o próprio mordomo. Só depois a autora vai expandindo os horizontes da narrativa e passando para os consaguíneos dos Abernethie. Quem será que cometeu essas atrocidades? É fato que o culpado ou os culpados vieram da própria família? Será que o assassinato da faladora Cora vai servir ao menos para solucionar tal mistério?

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