A
Hora do Espanto é uma coleção de livros de terror para jovens, de
autoria de Edgar J. Hyde, pseudônimo de Rob Hood, lançada entre os anos de 1996
e 1997. Desde estórias que giram em torno de algum escritor numa situação
embaraçosa e assustadora (me lembra Stephen King), caso de O escritor fantasma, até sobre temas recorrentes que causam
arrepios especialmente em quem tem “traumas ficcionais”, como O Palhaço e O Coveiro, Hood cria universos imaginativos e bem tranquilos para
as pessoas de quase todas as idades poderem ler.
O
livro que a gente vai tratar aqui é O
Coveiro, mas a coleção é gigante e existem vários outros títulos.
Sinopse
O Coveiro
consegue unir os dois casos que citei acima ao contar a história da família de
um escritor que se muda para um cemitério em uma cidadezinha do interior. O pai
solteiro, Andrew, escreve histórias de terror e gosta de ambientes que o
inspire, só que os filhos, Jamie e Paula, não gostam da ideia de mudar para
lá. As crianças acabam aceitando a condição depois que conhecem seus amigos, que se
tornam quase de família: são cinco fantasmas que vão desde um vampiro que não
gosta de sangue até um lobisomem vegetariano.
O
grande conflito se dá quando o coveiro do cemitério, Ebelezer Krim, se torna uma pedra no sapato da família. Interessado em comprar a casa para a qual eles acabaram de
se mudar, Krim, o coveiro, um homem estranho e fedido, passa a perseguir a
família e os fantasmas - especialmente os fantasmas, que ele tanto odeia e responsabiliza
por sua má fama na cidade.
Mas
a situação só se complica de verdade quando o fantasma do antigo coveiro do cemitério se une a Krim para acabar com a família
e obriga-la a sair da casa.
O que ficou?
Fazia muito tempo que eu não lia um livro
infanto-juvenil. Meu irmão estava lendo para o projeto da escola e, nos tempos
em que o pivetinho não tocava nele, aproveitei e li. Rob Hood usa
de vários clichês do terror - de uma maneira bem menos pesada, é claro, basta
lembrar do público a quem o livro se dirige - e isso nos ensina vários recursos
de roteiro típicos do terror e do suspense, não importa o nível de horror
presente na narrativa.
Por exemplo, existe a casa mal assombrada repleta
de fantasmas que fica no meio de um cemitério. Mas no livro tais seres são
camaradas, com exceção do fantasma do antigo coveiro do cemitério que, aliado
do atual coveiro sinistrão, é vilão. Também tem aquele recurso que me deixa
puto, que é o de uma pessoa perceber alguma coisa, contar para as outras e não
ser ouvida, se passando por louca. Tem como não se estressar com isso? Sem
falar no gatilho da história, e histórias assim são FODAS: a MUDANÇA e
ADAPTAÇÃO - uma família que se muda para um lugar sinistro e, lá, é pega de
surpresa por coisas estranhas.
Para quem se
interessa em abrir as portas para outros tipos de histórias, também existe a
coleção inteira da Recontar, que, como o nome sugere, reconta vários clássicos
da literatura de maneira leve e compreensível pra todas as galeras. Embora não
sejam de terror, tornam os clássicos bem mais agradáveis para públicos menos
pacientes. De todo modo, é legal sair das histórias mais adultas e se aventurar por universos
mais jovens.
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