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domingo, 18 de novembro de 2018

A Hora do Espanto: O Coveiro (Edgar J. Hyde)



A Hora do Espanto é uma coleção de livros de terror para jovens, de autoria de Edgar J. Hyde, pseudônimo de Rob Hood, lançada entre os anos de 1996 e 1997. Desde estórias que giram em torno de algum escritor numa situação embaraçosa e assustadora (me lembra Stephen King), caso de O escritor fantasma, até sobre temas recorrentes que causam arrepios especialmente em quem tem “traumas ficcionais”, como O Palhaço e O Coveiro, Hood cria universos imaginativos e bem tranquilos para as pessoas de quase todas as idades poderem ler.
O livro que a gente vai tratar aqui é O Coveiro, mas a coleção é gigante e existem vários outros títulos.
Sinopse
O Coveiro consegue unir os dois casos que citei acima ao contar a história da família de um escritor que se muda para um cemitério em uma cidadezinha do interior. O pai solteiro, Andrew, escreve histórias de terror e gosta de ambientes que o inspire, só que os filhos, Jamie e Paula, não gostam da ideia de mudar para lá. As crianças acabam aceitando a condição depois que conhecem seus amigos, que se tornam quase de família: são cinco fantasmas que vão desde um vampiro que não gosta de sangue até um lobisomem vegetariano.
O grande conflito se dá quando o coveiro do cemitério, Ebelezer Krim, se torna uma pedra no sapato da família. Interessado em comprar a casa para a qual eles acabaram de se mudar, Krim, o coveiro, um homem estranho e fedido, passa a perseguir a família e os fantasmas - especialmente os fantasmas, que ele tanto odeia e responsabiliza por sua má fama na cidade.
Mas a situação só se complica de verdade quando o fantasma do antigo coveiro do cemitério se une a Krim para acabar com a família e obriga-la a sair da casa.
O que ficou?
Fazia muito tempo que eu não lia um livro infanto-juvenil. Meu irmão estava lendo para o projeto da escola e, nos tempos em que o pivetinho não tocava nele, aproveitei e li. Rob Hood usa de vários clichês do terror - de uma maneira bem menos pesada, é claro, basta lembrar do público a quem o livro se dirige - e isso nos ensina vários recursos de roteiro típicos do terror e do suspense, não importa o nível de horror presente na narrativa.
Por exemplo, existe a casa mal assombrada repleta de fantasmas que fica no meio de um cemitério. Mas no livro tais seres são camaradas, com exceção do fantasma do antigo coveiro do cemitério que, aliado do atual coveiro sinistrão, é vilão. Também tem aquele recurso que me deixa puto, que é o de uma pessoa perceber alguma coisa, contar para as outras e não ser ouvida, se passando por louca. Tem como não se estressar com isso? Sem falar no gatilho da história, e histórias assim são FODAS: a MUDANÇA e ADAPTAÇÃO - uma família que se muda para um lugar sinistro e, lá, é pega de surpresa por coisas estranhas.
 Para quem se interessa em abrir as portas para outros tipos de histórias, também existe a coleção inteira da Recontar, que, como o nome sugere, reconta vários clássicos da literatura de maneira leve e compreensível pra todas as galeras. Embora não sejam de terror, tornam os clássicos bem mais agradáveis para públicos menos pacientes. De todo modo, é legal sair das histórias mais adultas e se aventurar por universos mais jovens.


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