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sexta-feira, 30 de março de 2018

Desventuras em Série: Mau Começo (Lemony Snickety)


Título: Mau Começo
Autora: Lemony Snicket
Editora: Seguinte
Páginas: 148
Lançamento original: 30/09/1999

Mau começo é o início de uma série de doze livros da autoria de Lemony Snicket, pseudônimo e personagem de Daniel Handler, um renomado cineasta que demonstra ser talentoso com as palavras em Desventuras em Série. Intrigante e lúdico, com intensa imersão em simbolismo e mistério, a narrativa é resultado de uma acertada conciliação entre profundidade e simplicidade. A obra foi adaptada tanto para o cinema quanto para as séries.

Existem vinte e oito livros lançados sob o pseudônimo de Lemony Snicket. Além de Desventuras em Série, um famoso título é Lemony Snicket: autobiografia não autorizada. Snicket é um narrador-personagem com uma linguagem meio jornalística, mas também íntima, que consegue nos aproximar fortemente da história. Sua personalidade provoca curiosidade logo de cara. Apesar da quantidade de livros parecer exorbitante, cada um corresponde a apenas um episódio da série. Mas não se espante: a história é tão legal que, ao menor descuido, você estará na última página, no último livro e no último episódio de série. Antes de qualquer coisa, fica a alegre notícia: a segunda temporada da série está sendo lançada agora.

Bom, mas estamos tratando dos livros. Se você odeia histórias tristes, com finais tristes, inícios tristes e meios tristes, não continue a leitura. É o que Lemony avisa logo no começo.

Sinopse

Lemony Snicket é o emblemático narrador-personagem que tem o fardo de relatar a trajetória dos Baudelaire: Violet, uma garota inventiva, de catorze anos; Klaus, um garoto inteligente, de doze; e Sunny, uma bebê cuja mordida é fortíssima. Num dia nublado, cinzento e obscuro, os irmãos Baudelaire estavam fazendo o seu passeio favorito, numa praia deserta e sombria, quando repentinamente recebem, de um estranho chamado Sr. Poe, a notícia de que os seus riquíssimos pais haviam acabado de morrer num incêndio na mansão onde moravam, em circunstâncias pra lá de suspeitas.

O sr. Poe, um bancário tuberculoso, torna-se o único porto seguro da vida dos jovens, o guardião da espantosa herança que só poderá ser sacada quando Violet, de catorze anos, completar dezoito. O bancário entra na vida dos “pobres” órfãos com a incumbência de providenciar-lhes um novo lar. O testamento afirma que só os parentes podem conseguir as suas guardas. É aí que o Conde Olaf entra em suas vidas. 

Conde Olaf é um ator pretensioso que, por algum motivo oculto, está sempre acompanhado de um séquito de puxa-sacos. Ele só quer passar a mão na montanha de dinheiro dos três. Sendo o parente mais próximo geograficamente, por ser morador da mesma cidade, se torna o novo tutor legal. É o pontapé de seu método educacional: exploração de trabalho infantil, chantagem e perseguição incessante aos jovens “desafortunados”. As melancólicas crianças terão que usar a sua esperteza para se livrarem do stalker.  Olaf reside numa mansão sombria, caindo aos pedaços, imunda. No topo da casa está um cômodo, uma espécie de sótão, totalmente intransponível para os jovens. Uma tatuagem com um olho vigilante está em seu tornozelo e em vários locais da casa, criando um constante sentimento de perseguição.

A história, portanto, tem tudo para ser um desastre. Mas não é à toa que, desde seu lançamento por Daniel Handler, cada vez mais leitores se tornam fãs incondicionais dos Baudelaire.

O que ficou do que passou

Daniel Handler conseguiu criar uma obra infanto-juvenil que é amada por todas as idades. Com um estilo original, ele conquista cada vez mais leitores. Sua narrativa tem um quê de jornalismo, o que dá uma verossimilhança fora do normal. Confesso que, quando conheci Desventuras em Série, cheguei a ficar na dúvida se a história se baseava em uma realidade ou não. Com a leitura do primeiro livro, uma vez que eu já tinha visto o filme e a série, minha intenção era apenas fazer uma introdução que serviria a quem fosse ler ou assistir a história — uma divulgação da nova temporada da série a partir da sua origem literária; e, bem, um pouco de enaltecimento, pois sou suspeito. Meu caminho com as histórias costuma ser o contrário: leio o livro, depois vejo a série ou o filme. Inversamente, com Desventuras, vi o filme, depois a série, só agora o livro, e devo afirmar que a experiência foi tão marcante que acabei me compromissando a ler a série inteira. 

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