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domingo, 24 de junho de 2018

O Restaurante do Fim do Universo (Douglas Adams, livro 2 da série)


O Restaurante do Fim do Universo, lançado em outubro de 1980, é o segundo livro da série do Guia dos Mochileiros das Galáxias. Talvez mais acostumado com a função de literato, Douglas Adams apresenta uma escrita um pouco mais encorpada, sem, contudo, perder a qualidade imensa que demonstrou no primeiro livro.

Sinopse

No segundo livro da série Guia dos Mochileiros das Galáxias, os tripulantes da nave Coração de Ouro estão com uma fome grotesca e precisam matá-la no restaurante mais próximo possível. É claro que o mais interessado nisso é o Zaphord Beeblebox, que parece sempre estar procurando por algo bem difícil sem que tenha ideia do motivo.

O enorme restaurante não ostenta o uso do termo "fim do mundo" no mesmo sentido de "lugar afastado", mas por situar-se literalmente a centenas de bilhões de anos depois de quando viviam Zaphord, Trillian, Ford e Arthur, no dia em que finalmente o universo vai acabar. Sim, do ponto de vista espacial, eles queriam comer o mais próximo possível, porém não especificaram a dimensão temporal - o restaurante fica no mesmo planeta, mas não no mesmo tempo. Portanto, foi uma viagem no tempo, não no espaço. O restaurante fica, pois, no mesmo lugar, mas não na mesma época.

O Restaurante do Fim do Universo, porém, não é nada trágico. A vaca que pede para ser comida é uma das maiores atrações, além do espetáculo do fim do universo que é, basicamente, a razão pela qual todos os clientes estão ali. O restaurante, claro, está completamente seguro do evento derradeiro das gálaxias por ser protegido por refinadas dobras temporais.

O robô com problemas existenciais, Marvin, continua dando o seu toque pessimista de muito baixo astral à trama. Apesar disso, é uma das personagens mais legais e divertidas de se ler. Eu falei pouco dele na primeira resenha, o que é, ao mesmo tempo, triste e compreensível. Ele é fascinante e importantíssimo, mas se eu dissesse por que, já seria um spoiler. Pelo menos em minha interpretação, ele que é o responsável pela quebra da máquina que põe fim à perseguição que os quatro mochileiros estavam sofrendo. O seu pessimismo que fez com que o computador se suicidasse, causando assim o desligamento das funções que garantiam a vida dos guardas que, por suas vezes, perseguiam-nos. Ele não deixa de ser um dos mais importantes neste livro, mas de uma maneira ainda mais absurdamente complexa e leal.

***

A história basicamente se divide entre três momentos. No primeiro, eles matam a fome e se deparam com as esquisitices temporais do Restaurante do Fim do Universo; no segundo, precisam fugir da nave-dublê que serve ao espetáculo da banda mais barulhenta do mundo - isso quer dizer que precisam escapar do surfe nas ondas solares da estrela que ilumina o planeta do show. Já no terceiro momento, a questão, por assim dizer, da busca por um sentido da vida volta a ser central.

Eles se separam ao escaparem do segundo momento. Ford Prefect e Arthur Dent, depois de umas loucuras, vão parar em planeta muito parecido com a Terra, só que bem menos povoado. Já Zaphord, Trillian e Marvin procuram o homem que rege o universo, personagem fascinante que você vai pirar se conhecer; um dos pontos mais altos do livro.

O que ficou do que passou


Como ele se dedicou bastante tempo a este livro, a obra ficou mais bem acabada do que a primeira. Digamos que a escrita era coisa relativamente nova para Adams quando o Guia dos Mochileiros fora lançado em livro, cinco anos antes. No segundo, porém, bom tempo após lançamento do primeiro, ele está mais experiente e já dá para notar maior maturidade por parte do escritor. O segundo livro, por isso, é ainda melhor do que o primeiro, e captura ainda mais a nossa atenção para continuar lendo a série. 
 

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